quinta-feira, 21 de março de 2013

Será algo utópico sonhar com um verdadeiro Desenvolvimento de PIANCÓ?

Feira da Sulanca: quando no seu início, em S. Cruz do Capibaribe
Indústira metalúrgica e vista de Tabuleiro do Norte-CE

Mauá: ousado para sua época e até para o dias atuais
Difícil e doloroso assistir em pleno século XXI, uma cidade com mais de dois séculos de existência, viver ainda um cenário do Brasil ainda Colônia de Portugal. Onde o clientelismo de forma até hereditária ainda perdura; o individualismo explícito e atrelado ao pensamento de que o ter tem primazia sobre o ser existe e persiste; opiniões que venham a contrariar alguns, sendo vistas como visões externadas por pessoas subversivas, quando são elas meras formadoras de opinião e o feedback é até benéfico em toda e qualquer coletividade; a busca por iniciativas que venham a estimular tal desenvolvimento que visem a promoção de muitos, a exemplo do que bem tentou Mauá a sua época e que por muitos da corte, que nada conseguiam fazer neste aspecto ou nem sequer tinham idéia de como tentar, fizeram uso de estratégias desastradas no intuito apenas de exterminar os ideais revolucionários do homem de visão que era Mauá para época e até para os dias atuais; enfim; talvez até verbos como sonhar, pensar, idealizar, fazer e outros que estão correlacionados, neste lugar é enxergado por alguns; como bobagens, babaquices, tolices ou pura e total perda de tempo.
Moda Center: S. Cruz do Capibaribe hoje
                  
        
Confesso que as palavras se encurralam ao tentar expor o quadro em que vivemos há décadas, tendo ciência que tal situação é por demais reversível quando boa fé e mais ainda boa vontade por parte de todos ou ao menos, por boa parte dessa gente que aqui nasceu e ama esta terra, for efetivamente posto em prática. Digo isto pois, vi cidades bem mais jovens em regiões até mais isoladas e com uma geografia até menos propícia ao progresso, nascerem e progredirem do “nada” e ressurgirem das “cinzas”; graças a uma coesão de forças esboçada por aqueles que nas suas cidades natais, lá queriam permanecer e crescer sócio-economicamente falando.

Cidades do mesmo semi-árido onde nele convivemos, literalmente saíram de uma letargia também lá impregnada até no apogeu das boas safras do algodão, uma das culturas mais cultivadas e valorizadas em nossa região. Chego até substituir os termos “do nada e das cinzas” por um outro: “de uma praga” ( a do famoso inseto popularmente conhecido por bicudo nos tempos áureos do algodão ), que com a aparição da mesma, nasceram cidades como Tabuleiro do Norte (CE), Santa Cruz do Capibaribe, Toritama (PE) entre tantas outras, graças a criatividade e iniciativa do seu povo. Falo apenas destas, para que não venham a pensar que me vejo na necessidade de sair do raio que circunda o nosso semi-árido. Santa Cruz do Capibaribe renasceu do “nada”, renasceu da “sulanca”, da sucata da elanca trazida pelos caminhoneiros da cidade que se dirigiam ao sul do país, onde nas grandes tecelagens do R.J. e S.P. lá iam deixar suas cargas de plumas de algodão e de onde traziam os retalhos do tecido para suas esposas confeccionarem modestas roupas e cobertores para toda a sua família e quando algum produto excedia nesta produção doméstica, iam para as feiras livres venderem a baixos preços. De um subproduto do tecido, nasceu o maior pólo têxtil do nordeste e quem sabe até do país. Não me vejo tão velho assim para me envergonhar de dizer que conheci suas principais ruas e avenidas desprovidas de qualquer tipo de saneamento básico e qualquer tipo de pavimentação.


 É certo que o índice de natalidade hoje vem diminuindo gradativamente, mas longe dele ser inferior ao de mortalidade. Em nossa cidade até parece que isto ocorre, pois há três décadas que assisto a nossa população não passar da marca dos 15.000 habitantes; o que deixa bem claro que o êxodo aqui existente é forte, dada a falta de oportunidades para os filhos desta terra. E assisto pais de família vêem seus filhos partirem para outros centros em busca de novos horizontes, sem que nada possam fazer para aqui os segurarem; isto quando não vai toda a família embora; coisa também muito comum e fácil de ser vista! Parece até ser ingrata nossa terra para com os seus filhos; mas não ouso fazer tal afirmação! Pois outros erros aqui continuamente praticados, são quem na verdade provocam tal retirada dos mesmos de sua terra para uma outra muito menos familiar e as vezes até neste distante lugar, outros tipos de discriminações, venham a serem vividas pelos nossos conterrâneos.


Alternativas existem para que Piancó saia deste pernicioso ciclo vicioso e passe a viver definitivamente um outro ciclo, porém harmonioso e virtuoso? Minha resposta é SIM; porém para que tal afirmativa se torne verdadeira, se faz necessário que todos os segmentos da nossa comunidade, deixem de lado num primeiro instante seus interesses particulares e abrace de forma séria esta causa de forma coletiva, pois a frase que diz “JUNTOS SOMOS MAIS FORTES” é por demais sensata, verdadeira e busca dizer que a eficácia de ações promovidas por um conjunto de pessoas supera em muito a uma atitude isolada, por mais que seja ela também voltada para a coletividade, quando posto em prática de forma individual. Esta nobre causa pode e deve ser abraçada por todos: igrejas; entidades de classe; instituições de ensino, associações; clubes de serviços; cooperativas, sindicatos; poderes executivo e legislativo; formadores de opinião; cidadãos “comuns” transformando-os em atores ao invés de meros figurantes dando vez e voz a estes; enfim, envolvendo todos que tenham este mesmo ideal, inclusive instituições que estão fora da nossa área geográfica, mas que tem como missão, também promover e participar ativamente neste processo de revolução; quebrando definitivamente este paradigma de que tudo que se planeja em Piancó é inviável ou utópico.

Um Plano de Ação, uma Agenda Positiva deve ser elaborada por todos, para todos; deixando de lado a ansiedade por resultados imediatistas, pois frutos virão até mais consistentes a médio e longo prazo e todos serão alimentados por eles. O crescimento de uma coletividade contempla a todos que nela estão inseridas, com exceção daqueles que não querem realmente fazer nada por decisão própria, por livre arbítrio destes, que deve ser até respeitado. Quantos organismos não estão a nossa disponição para nos auxiliar, dar suporte, fomentar e até investir em projetos sérios? Inúmeras instituições existem e que por nós são ignoradas, fazendo com que recursos de fora passem diante dos nossos olhos como cometas e que nem busquemos exergar os reflexos deles.

Toritama: Capital do Jeans
Alguém pode afirmar que estes resultados para aqui chegarem, demandam tempo dada a burocracia existente e adversidades outras. Mas nada chega as nossas mãos de forma digna, sem uma luta que deve ser contínua e com a convicção de que os frutos aparecerão.
Indústria têxtil em Jardim de Piranhas-RN
Uma reticências (...) aplico a este meu raciocínio por ver ele como inconcluso, pois muito ainda tenho a expor e sugerir; tendo também a certeza que pode ser ele aprimorado e ao mesmo, acrescentado outras idéias por quem assim também pensa. Imagine se uma pauta como esta for abraçada por todos, respeitando as opiniões divergentes, porém buscando todos o melhor caminho para o nosso crescimento coletivo, que com certeza; refletirá de forma positiva em todos nós, individualmente falando.

Francileudo Lopes da Silva.
“Se for possível, está feito! Se for impossível, vamos fazê-lo!”


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