Mulheres "guerreiras" e pioneiras na confecção e revenda de roupas produzidas da "SULANCA"
Rumo à santa Terra da Sulanca
Fatos históricos, políticos e econômicos que marcaram o progresso de Santa Cruz do Capibaribe:
Por Joseane Alcântara
Por
volta de 1700, o português Antônio burgos chegava pelas margens do Rio
Capibaribe a uma distância de 192 km do Recife, ao agreste do Estado
onde hoje está localizada Santa Cruz do Capibaribe. Os livros de
história relatam que o português, a exemplo dos desbravadores do Brasil
em 1500, veio com seus escravos em busca de um clima ameno, propício a
sua saúde debilitada e construiu uma cabana e uma capela de taipa
Avenida Padre Zuzinha (conhecida como Rua Grande, na qual depositou um
crucifixo.
O escritor Júlio Ferreira
descreve na obra História de Santa Cruz do Capibaribe, que provavelmente
o primeiro habitante do município teria voltado ao Recife ou falecido,
deixando a habitação e a capela com o crucifixo do Senhor Bom Jesus dos
Aflitos, que se tornou o padroeiro da cidade. O Pe. Ibiapina, natural de
Sobral (CE), é tido como fundador, responsável pela construção da
Igreja nas ruínas da capela. Nascido em 5 de agosto de 1806, o fundador
exerceu várias atividades e só em 3 de julho de 1853, aos 42 anos de
idade ordenou-se sacerdote. Em seu exercício sacerdotal, fez inúmeras
caridades pelo Nordeste que o trouxeram à Santa Cruz. Em 1874, Pe.
Ibiapina levantou a nave central da Igreja, ampliada, em 1882, pelo Pe.
Estima que construiu a torre e o corredor.
Habitada
por Antônio Burgos e fundado pelo Pe. Ibiapina, o município tornou-se
oficialmente vila em 18 de abril de 1892, elevado à categoria de
Freguesia do Senhor bom Jesus dos Aflitos de Santa Cruz em 20 de
setembro de 1918 através da portaria baixada pelo Arcebispo da
Arquidiocese da Solenidade, Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra. A
vila teve o Pe. José Apolinário como vigário da paróquia.
A
freguesia caminhava rumo ao progresso, ganhando em 1923, no governo de
Sérgio Loreto, a estrada que liga Santa Cruz a Caruaru. Em 1929 começava
a luta pela independência, tendo como principal líder, Raimundo
Francelino Aragão. No dia 29 de dezembro de 1953 no governo de Etelvino
Lins, depois da insistência de Raimundo e da população que enviaram
inúmeras correspondências às autoridades, a Freguesia ganhou a liberdade
pela Lei Nº 1.818, desligando-se politicamente de Taquaritinga do
Norte.
Liberta, o governador nomeou o
paraibano e tenente da polícia militar de Pernambuco Teófanes Ferraz
Torres Filho para governar o município. Ferraz governou até 1954 e
resolveu disputar a eleição constitucional de 1955, com o adversário
Raimundo Francelino Aragão, vencedor das eleições.
Localizada
numa região seca com desequilíbrios climáticos, Santa Cruz é abastecida
até hoje pela barragem de Machados, construída por Raimundo Aragão, no
sítio Bandeira em Brejo da Madre de Deus. A falta d’agua não impediu o
desenvolvimento da cidade, mas limitou a agricultura. Para
sobrevivência, Santa Cruz, antes de emancipada, já possuía uma das
maiores feiras da região, o que dificultou sua emancipação, por dar
lucros a Taquaritinga. Começavam assim as mais importantes fontes de
renda da cidade: a feira livre, confecção de alpercatas e a exploração
de minério.
Fonte: CDL Santa Cruz do Capibaribe
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário