Rui Leitão
Natural de Patos-PB. Ex-superintendente do jornal A União
e Rádio Tabajara. Foi diretor nacional de benefícios do INSS.
Ex-secretário de administração da Prefeitura de João Pessoa. Atuou no
movimento sindical bancário, tendo assumido a Diretoria da Confederação
Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito. Atualmente presta
assessoria parlamentar na Assembleia Legislativa.
Muitos não concordarão com meu ponto de
vista a respeito do Big Brother, programa que há treze anos faz sucesso
na televisão brasileira. Dirão que é uma forma de entretenimento e que a
população sofrida de nosso país precisa ter suas opções de diversão
para fugir dos problemas que enfrenta no cotidiano. Argumentarão que
assiste o “reality show” quem quer e que os que não concordam com o seu
estilo podem optar por outro tipo de programação televisiva.
Ouso discordar. Não consigo ver de forma
tranqüila boa parte do Brasil se postar, em família, diante da TV, para
assistir um programa inteiramente descomprometido com a educação e muito
menos com a difusão de conhecimento. Tenho dificuldade em compreender o
BBB como programa de lazer. Vejo com preocupação a audiência por uma
faixa etária da população, ainda em fase de formação da personalidade,
onde o forte da linha dominante é a exaltação dos atributos físicos, da
ganância, das conspirações nas disputas, do egoísmo e da falsidade. É
estarrecedor perceber que é recomendado para ser assistido a partir dos
doze anos de idade.
O espetáculo de fofocas, futilidades e
intrigas do dia a dia exposto pelos protagonistas do BBB passa a ser
comentário dos brasileiros em casa, no ambiente de trabalho ou em
qualquer outro local de convivência social. Esquecemos nossas próprias
vidas para nos preocuparmos com a vida alheia, num indicativo alarmante
do vazio moral e ético a que estamos sendo submetidos.
Não deixa de ser um insulto à
inteligência brasileira e um empobrecimento da nossa cultura, a
dedicação de tempo precioso da televisão ao estímulo de condutas
anti-éticas, justificadas pela busca da fama e do dinheiro. Agrupam-se
em um ambiente fechado alguns jovens, preferencialmente de corpos
perfeitos, mas geralmente de mentes atrofiadas, para um embate interno
em que os vitoriosos se tornam “estrelas” da mídia nacional ou modelos a
posarem nuas em revistas masculinas. Os tele expectadores participam do
show torcendo e votando conforme as suas preferências, contribuindo
para que seus produtores tenham cada vez mais ganhos financeiros.
Os alienados que se tornam artistas do
programa, sem qualquer noção dos seus limites, despertam a atenção de
milhões de brasileiros que se alienam no outro lado da “telinha”. A
sociedade narcisista, consumista e superficial se inebria com os
acontecimentos da casa.
FONTE: WSCOM
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