terça-feira, 15 de janeiro de 2013

UMA NOVA PROPOSTA PARA ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL PÚBLICA

Parceria entre o público e empresas privadas amplia a extensão rural no Brasil Portal do Agronegócio - Da Redação

Os desafios enfrentados pela assistência técnica e extensão rural pública têm deixado uma lacuna no processo de difusão tecnológica, que, em parte vem sendo preenchido por empresas de insumos de equipamentos

No entanto, Júlio Zoé de Brito, presidente da Asbraer e do Instituto Agronômico de Pernambuco, IPA, aponta que essa é uma questão que merece uma enorme reflexão da sociedade, pois quando uma empresa vende um insumo, defende que aquele produto é o melhor, já a outra empresa, garante que o seu insumo tem qualidade superior.

“Evidentemente, toda empresa ganha mais quando vende mais. O que temos na realidade, hoje, é que, geralmente, os agrônomos ou técnicos contratados por essas empresas têm um salário base e a remuneração é ampliada de acordo com a meta de vendas”, aponta o presidente da Asbraer. “Não estou dizendo que isso seja uma regra do agrônomo, que ele vai querer vender mais e mais ao agricultor. Mas, no momento em que você tem uma armadilha que significa a remuneração do técnico, é provável que, em muitas situações, isso se configure”, reforça.

Na opinião da Asbraer, se o agricultor não tiver assistência técnica e extensão rural pública pode estar sendo levado a fazer, no mínimo, uma despesa desnecessária. “Então, isso merece um estudo da sociedade, para que a tecnologia seja apropriada na qualidade e na quantidade adequada, de acordo com a geração do conhecimento que nós temos em todas as instituições de pesquisa do país”, enfatiza Brito.

GRANDE PROJETO

Entretanto, o presidente da Asbraer comenta que a união entre empresas de insumos e equipamentos e órgãos públicos de pesquisa e extensão pode ser uma alternativa viável no processo de levar conhecimento ao homem do campo, especialmente frente ao novo momento, no qual a presidente Dilma compreendeu a importância da assistência técnica e extensão rural como uma porta de oportunidade para dinamizar a agricultura familiar, e a partir do sistema brasileiro de assistência técnica e extensão rural, a criação de um órgão para coordenar esse sistema.

“Temos que chamar todos os representantes de agricultores, de fabricantes de equipamentos e insumos para que se tenha um projeto nacional, com metodologia científica, a fim de que o agricultor possa se apropriar desse conhecimento, por meio de uma metodologia correta, ética, em que a nossa experiência e saber levem benefício ao agricultor”, comenta Brito.

Para a Asbraer, esse grande projeto seria o pilar na transformação da agricultura, especialmente para a agricultura familiar, que nunca teve a oportunidade de receber um extensionista, de conhecer as políticas públicas e de acessar as inovações tecnológicas. “Então, acho que esse, de fato, seria um grande projeto. Essa nova entidade poderia empreender, e nós, da Asbraer, estamos juntos para, com os demais atores, contribuir com esse processo”, destaca Brito.
Publicado em: 14/01/2013

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